sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Fórum internacional debate mídia, poder e democracia

Fórum com cobertura direta da CartaMaior pelo seu blog, um esforço admirável na democracia da mídia.

INSEGURANÇA INFORMATIVA
Observatórios de mídia refletem descrédito da imprensa
Iniciativas de acompanhamento e fiscalização da mídia são resposta da sociedade tanto aos desmandos da imprensa quanto à demanda por uma maior democratização e ética da mídia.
Verena Glass
SALVADOR - Em 11 de março de 2004, a Espanha ficou paralisada pelo terror de um atentado ao trem de Madrid em pleno horário de pico. Dezenas de pessoas morreram e centenas ficaram feridas. Pouco após o ocorrido, o governo do presidente José Maria Aznar divulgou, como resultado de uma apuração supostamente confiável, que o ato terrorista teria sido cometido pelo grupo separatista basco ETA. Como se soube depois, os editores dos principais veículos de comunicação do país receberam telefonemas de Aznar pessoalmente ou de seus ministros, reafirmando a informação.No subterrâneo das comunicações não alinhadas, no entanto, rapidamente outra versão começou a tomar corpo: não foi o ETA, mas sim um grupo islâmico que teria inclusive assumido a autoria do atentado. Esta versão, que acabou se confirmando, custou ao grupo político de Aznar a vitória na eleição presidencial que ocorreu três dias depois. A resposta da sociedade à tentativa de incriminar com mentiras um grupo de esquerda para fins eleitorais foi avassaladora, e venceu o repúdio ao apoio do governo de direita à ação americana no Iraque. Dessa forma, a improvável candidatura do progressista José Luiz Zapatero virou a mesa e levou a presidência, num dos processos mais extraordinários de força da opinião pública da história recente.Mentiras exemplares da imprensa, como as que deram conta da existência de armas de destruição em massa no Iraque e da participação do governo do país nos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA, e que justificaram o hediondo crime da invasão americana, são extremos de uma realidade que tem levado a sociedade a sofrer do que o jornalista Ignácio Ramonet, diretor do jornal francês Le Monde Diplomatique e do Media Watch International, chama de insegurança informativa.Palestrante do Fórum Internacional Mídia, Poder e Democracia, que ocorre até este dia 14 em Salvador, Ramonet apresentou os exemplos acima para expor um processo de descrédito crescente auto-infligido pela mídia, uma vez que a imprensa e seus profissionais, grandes lutadores da democracia em momentos de repressão e ditadura, passaram a ser eles próprios os grandes violadores desta democracia em nome da mercantilização e "mercenarização" da informação.A sensação de insegurança informativa se aprofundou com um certo abandono da imprensa de seu papel de "quarto poder", o avaliador crítico das disfunções do Estado e suas instancias legislativas, executivas e judiciárias. O interesse é outro, explica Ramonet. "O importante hoje, para a imprensa, é o que o maior número de pessoas quer ver e ouvir. As informações são cada vez mais breves, emotivas e espetaculares. E, cada vez mais, estas informações são gratuitas. Então onde está o negócio? Se trata de vender gente aos anunciantes, e para ter mais gente, a informação tem que ser sedutora", pondera. E neste ponto, a credibilidade do veículo e do trabalho jornalístico sofre sérias avarias.Neste cenário, o surgimento de um número cada vez maior de iniciativas de monitoramento da mídia em todo o mundo, a exemplo do Observatório de Imprensa ou do Observatório de Mídia no Brasil, tem sido um reflexo claro da reação da sociedade perante o descrédito dos veículos de comunicação."Temos agora que buscar uma unidade maior destas iniciativas mundo afora", sugere Ramonet, para que o processo de acompanhamento crítico da mídia se fortaleça como uma espécie de 'quinto poder'. "Estamos sugerindo um encontro mundial, quem sabe no Brasil, ligado ao processo Fórum Social Mundial de 2009, que ocorrerá em Belém, para unificar os observatórios de mídia".

domingo, 28 de outubro de 2007

Fórum Social Sul no Jardim Ângela



Terminou neste sábado, dia 27 o III FSS no Jd Ângela, realizado pela Sociedade Santos Mártires cujo presidente é o Padre Jaime Crowe.

Foram 3 dias desde a abertura e comparecerem milhares de pessoas da região sul considerada periferia para discutir assuntos de conscientização e de luta dos mais pobres.
O início contou com a presença de Oded Grajew criador do Fórum Social Mundial, cuja última edição foi em Nairobi.
Destaque para o painel do Tribunal Popular que fechou o evento deixando a comemoração com duas bandas regionais.
As matérias completas você poderá ver no blog: http://ongpoint.blogspot.com/


segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Doutores da Alegria humanizando os hospitais





No Congresso de Humanização Hospitalar aqui em São Paulo fiz uma entrevista com o Wellington Nogueira que contou sobre o Doutores da Alegria e sua atuação nos hospitais.

Victor José – Estamos aqui com o Wellington, do Doutores da Alegria, e eu queria comentar com você, há quinze anos atrás você começou com o Doutores da Alegria e hoje o Doutores da Alegria está aqui com o Viva e Deixe Viver (ONG) fazendo um congresso de humanização hospitalar. Como é que é isso?

Wellington Nogueira – É exatamente a oportunidade. É assim, toda ONG gera conhecimento e nós nos preocupamos muito em organizar esse conhecimento, mas você não pode ficar cultivando esse conhecimento no fundo do teu quintal, então você tem que disseminar. Eu acho que todas as ONG’s, hoje, estão tendo oportunidades incríveis de criar tecnologia social, de trazer inovações que podem inspirar segundo setor, podem inspirar governo, trazer soluções. Então é muito importante que a gente abra o espaço para disseminar esse conhecimento e criar espaços de conversa, espaços de reflexão pra promover mudanças pra melhor. A questão da saúde é uma questão extremamente premente. Quando a gente começou há quinze anos atrás, nos começamos a ter um feedback dos hospitais que falavam “Olha, a gente tá vendo que é possível ter alegria, ter leveza, sem a perda de foco, sem perda da seriedade, sem perder o objetivo que é curar”, então será que pode ter mais? A gente ouvia dos profissionais de saúde que a alegria humanizava o hospital. De repente a gente vê essa expressão “humanizar” rolar que nem uma bola de neve, ficar grande e, em 99, o governo lança o Programa Nacional de Humanização do Atendimento à Saúde, reconhecendo que tem muito espaço pra crescer e pra desenvolver na formação do médico e do profissional de saúde, na inovação no conceito de humanização, no olhar sobre a doença, no olhar sobre o oficio, no olhar sobre o paciente. E a nossa missão é levar alegria, e as pessoas geralmente entendem como sendo o riso, a gargalhada, mas o riso e a gargalhada são formas de você expressar alegria, porque na verdade nós entendemos que a alegria, ela começa aqui, no encontro entre duas pessoas, no olho no olho, em você olhar, ouvir e entender a necessidade do outro e agir pra suprir, e ai o outro vive o alivio “aahh, entenderam o que eu precisava, que legal”. Visto dessa forma, a alegria não é mais privilégio de uma dupla de palhaços no hospital, qualquer um de nós pode, da sua maneira, colocando em exercício as faculdades do olhar, da audição, do falar, do dialogar, pode gerar alegria. Eu entendo que esse é o anseio de todas as pessoas em seus ambientes de trabalho, de colocar mais alegria, de colocar mais leveza, de resignificar o trabalho da gente e o trabalho para o outro, com o outro, em prol do outro. Então o fórum, o congresso de humanização, o espaço de discussão pra nós hoje se tornou estratégico, disseminar conhecimento através de eventos como o congresso de humanização, porque nós estávamos lá testemunhando, mas nós não temos respostas e não somos solução, a solução vai vir de todo mundo conversar. Isso é tão rico, isso é tão gratificante, porque extrapola e muito e você aprende com as pessoas e eu acho que o melhor disso é que você constrói, a gente não sai com respostas, mas a gente sai com motivações pra promover mudanças. O congresso foi uma forma de fazer isso, o "feeling" do Doutores da Alegria, o documentário, foi uma maneira, não de promover a ONG, mas de levar para as pessoas que estão fora do hospital um pouco daquilo que mudou o nosso olhar sobre a vida. Todos os 47 artistas estão olhando pra vida e se relacionando com ela de uma maneira diferente, agora 47 artistas é muito pouco, a gente tem que dividir isso com um número maior de pessoas. Então eu penso que no Brasil hoje as ONG’s têm uma oportunidade muito grande de: habilidade de mobilizar recursos e fazer muito com pouco, gera inovação, gera inspiração , novas tecnologias e uma serie de oportunidade pra gente construir o país socialmente justo e equânime que a gente quer.

Victor José – Esse país e essa forma de construir não são tão fáceis assim, você deve ter muitos obstáculos, como o financeiro, a estranheza e a incredulidade do setor de saúde para com um projeto desses, pensando que possa não dar certo. O que eu falei faz sentido?

Wellington Nogueira – Faz, mas sabe porque, humanizar, tudo o que tem o lado humano remete a gente à subjetividade e a gente ainda é prisioneiro de uma cultura muito focada em resultados através de números que você conta. Eu me lembro também, com o Doutores da Alegria, quando eu comecei há 15 anos atrás, eu achava que era tão evidente a potência do trabalho que qualquer empresa, qualquer pessoa gostaria de contribuir com ele, mas a realidade é muito outra, não era assim, mas a gente foi indo, porque tudo isso sinaliza uma mudança de cultura e enquanto as pessoas não têm certeza de onde é que elas estão colocando os pés, elas não se sentem seguras. Então a gente tem que justamente usar a nossa criatividade pra poder ocupar cada vez mais espaço, poder mostrar, sensibilizar e mostrar como é importante fazer investimentos nessa área, tanto na área social quanto no fomento das discussões que encaminhem pra mudanças, não só mudanças de cultura, mas mudanças de atitude, mudanças de gestão. E a área social, a própria expressão “responsabilidade social corporativa” é uma coisa muito nova, tem o quê, 10, 12 anos?! A gente ta começando a aprender, acho que é um brinquedo novo, mas é um caminho sem volta. No hospital eu aprendi com as crianças que você pode se apegar no que é problema, mas você pode também entender o que é o problema e se apegar, se prender ao que está bom. Baseado no que eu aprendi no hospital eu estou procurando trabalhar e agir dessa forma, ocupar os espaços. Eu acho que as ONG’s bem geridas têm condições de ser modelo pra novas formas de gestão, novas formas econômicas, novas formas de gerar recursos, de ser exemplo. Ao invés da gente pegar o modelo americano, o modelo europeu, a gente aprender com eles e criar os nossos modelos. Eu trabalho hoje, sinceramente, pra apagar o fio entre segundo e terceiro setor, porque a gente está vendo que é cada vez mais insano separar, compartimentar... o quê que de bom do segundo pode migrar para o terceiro, o quê de bom do terceiro pode migrar para o segundo, as transformações vão estar ai. Hazel Henderson já fala isso, quando ela fala do PIB invisível, a gente olhar lucro de uma outra forma, resultados de uma outra forma. As ONG’s estão aí para isso, de outra forma a gente só vai crescer em numero de ONG’s e mudança efetivamente, o quê que vai acontecer?A partir dessas cooperações, a partir dessas ações mútuas a gente pode inspirar governos a mudanças, rediscutir impostos, rediscutir legislações. A sociedade tem que ser um organismo mudando, mas o que as ONG’s podem propor, tendo a flexibilidade de criar novos modelos, é que essas mudanças vão ocorrendo e sempre olhando por um outro ângulo, não pegando modelos e arremedando, como por exemplo, pegar um modelo empresarial pra gerir uma ONG, mas criando os modelos. Será que eu posso gerar recursos com base em desenvolvimento humano e promover mudanças? Quem são os meus acionistas? Pra uma ONG, quem são os acionistas? Será que são as crianças que estão no hospital, por exemplo? Quando você começa a olhar o sistema por outros pontos de vista é que você começa a ter oportunidades de gerar mudanças.

Victor José – Mudar o paradigma, né?

Wellington Nogueira – Exatamente, mudar o paradigma pra gente poder implementar ações que mudem esse país. Todo mundo tá cansado, porque que tanta gente ta falando tanto em alegria, emocionalidade, inteligência emocional? Porque as pessoas não estão satisfeitas do jeito que as coisas estão. Agora, o que a gente não pode é se acostumar com isso, a gente não pode dizer “ah, é assim” e não fazer nada e só reclamar, porque reclamar não muda nada, dó não muda nada, ficar penalizado não muda nada, o que muda é efetivamente a ação, ação consciente que vem de “eu não estou contente com isso e eu quero mudar esse história”, e a gente ter consciência também que ssa mudança (risos) ela não vai ser pra já, ela é construída, mas a gente vai mudando e construindo um futuro melhor pros nossos filhos, pros nossos netos. Mas eu tenho muita esperança no Brasil, mas a gente precisa ter essa noção, porque não adianta reclamar dos políticos se a gente votou neles, não adianta reclamar que tem fila nos hospitais públicos se a gente não faz nada pra clamar de volta a força da saúde pública como usuário e exigir que o serviço aconteça, a gente tem que fazer. E o bom das organizações da sociedade civil é que muitas das tecnologias vêm da prática, vêm de fazer primeiro e depois vamos documentar e vamos organizar.

Victor José – O Observatório das ONG’s agradece tudo o que você falou e compartilhou com a gente e a possibilidade de estar aqui, vendo esse evento, aproveitando desse evento, aprendendo com esse evento e, tentando, na democracia da mídia, passar isso pra muitas mais pessoas e organizações que estão nos assistindo. Obrigado!

Wellington Nogueira – Eu que agradeço. Muito obrigado Observatório das ONG’s pelo espaço, pela cobertura do evento e que a gente possa estar juntos muitas vezes, trocando conhecimentos, experiências que possam ser disseminadas pra construção de um Brasil melhor. Obrigado.
Uma das coisas que o Welington comentou comigo é que devemos fazer como as crianças, elas não olham para o que está acontecendo de ruim, não ficam murmurando, elas simplesmente concentram suas energias nas coisas boas e se divertem com isso.

domingo, 5 de agosto de 2007

Fórum Social chega aos EUA





Foi em 27 de junho deste ano e terminou em 1 de julho e aconteceu lá na terra dos americanos(as) do norte o primeiro evento do FSM. Parecia que não poderia dar certo, mas deu, existe nos EUA um movimento de cidadania que reconhece a importância do resgate dos excluídos americanos e do mundo. Lá as pessoas que participam dos grassroots, a base popular, estiveram presentes para afirmar que outro mundo é possível e um outro EUA também.

Cândido Grzybowski, sociólogo e diretor do IBASE conta que os participantes eram da base da pirâmide social, dos movimentos negros e indígenas, dos movimentos por justiça ambiental, dos aguerridos grupos de migrantes legais e clandestinos, do renovado movimento de trabalhadores por empregos com justiça, das famílias de pobres e sua campanha nacional por direitos e inclusão. Era gente com problemas e propostas que lembram os(as) excluídos(as) de todos os povos do planeta. A determinação desses grupos é notável. Mesmo com poucos recursos – pois os apoios conseguidos com os tradicionais financiadores foram pequenos –, eles demonstraram muita vontade e capacidade para organizar um FS impactante pela ampla e diversa agenda de temas postos em debate.

Ele também conta que Atlanta é a terra de Martin Luther King, líder negro da luta por direitos civis. Para os participantes do fórum, Martin Luther King é uma inspiração. Além disso, Atlanta, capital da Georgia, no Sul dos EUA, lembra a nova pobreza em meio à riqueza excludente. Próxima a Nova Orleans e da devastação provocada pelo Katrina, Atlanta abriga alguns dos grupos pobres de lá expulsos pela indiferença dos governos diante de seus dramas. Claro, Atlanta também é o berço da Coca-Cola, o refrigerante símbolo de uma globalização e de um estilo de vida combatidos pelo FSM. Aliás, além da passeata de abertura no dia 27, sob forte sol, com uns 5 a 6 mil participantes, uma outra foi organizada, no dia 30 de junho, até o QG da Coca-Cola. Mesmo pequena, a forte vigilância policial revela o temor do establishment diante da ousadia dos militantes da Campanha dos Pobres por Direitos Humanos e Econômicos (PPEHRC).

O Fórum Social Mundial tinha que passar pelos EUA e foi um marco pela luta dos Direitos Humanos em todo mundo, apesar da pouca e distorcida cobertura da mídia de mercado, foi importante saber que existe vida inteligente e humana naquela nação que invade países a revelia e e se coloca como dona do mundo.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Petrobras fala sobre relacionamento com ONGs

Ontem, dia 12 de junho, dia dos namorados nada mais apropriado do que falar sobre relacionamento. Aconteceu no Rio de Janeiro o lançamento do Balanço Social e Ambiental de 2006, Wilson Santarosa, gerente executivo de comunicação da Petrobras, concedeu um entrevista exclusiva avaliando a importância das ONGs na expressiva subida da colocação da Petrobras no raking da avaliação anual da pesquisa mundial "Reputation Institute". A performance da Petrobras foi surpreendente, ela subiu de octagésimo terceiro para oitavo lugar no raking. Santorosa disse: Sem a participação das ONGs nós não teríamos alcançado o que nós alcançamos, é um prêmio e ao mesmo tempo é mais responsabilidade porque para subir até aí não foi muito difícil, mas para permanecer aí nós vamos que ter um relacionamento muito grande com todo o terceiro setor e que as ONGs nos fiscalizem é isso é ótimo para nós porque nos faz trabalhar para garantir essa posição ou melhorar a posição nossa. No relaciomento com as ONGs, eu acredito que tem muito a desejar ainda, da nossa parte, mas creio que avançamos bastante, somos mais transparentes, mais próximos das ONGs e das comunidades e a nossa intenção é abrir cada vez mais para que as ONGs tenham acesso àquilo que não tinham antes, eu acho que já está bem próximo do ideal mas ainda falta alguma coisa e eu acredito que seja da nossa parte. Nós vamos tentar melhorar.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Próximo Fórum Social Mundial, em 2009, será em Belém do Pará


Foi decidido na reunião do Comitê Internacional na Alemanha que o próximo Fórum Social Mundial Unificado será em Belém do Pará. Várias cidades se propuseram a receber este movimento como Indonésia, África e Coréia do Sul, mas o Brasil saiu vencedor.

Belém, fundada em 12 de janeiro de 1616, é a capital e maior cidade do estado do Pará, segunda maior cidade da Amazônia brasileira. A Metrópole da Amazônia é conhecida como Cidade das Mangueiras devido à quantidade de mangueiras encontradas em suas ruas. A cidade é a principal entrada da região devido a sua privilegiada localização geográfica foz do rio amazonas e extremo norte da malha rodoviária nacional.

Alguns dos famosos que nasceram lá: Jane Duboc, Lúcio Mauro, Leila Pinheiro, Norton Nascimento, Rosa Maria Murtinho e a super conhecida Fafá de Belém.

Um dos fatores que influenciaram na escolha foi a questão do aquecimento global, afinal o melhor lugar para a discussão deste assunto é com certeza a região amazônica.

No ano de 2008 os Fóruns acontecerão em vários locais do mundo voltando a ser central em Belém no ano seguinte.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Terminou o Congresso de Negras e Negros


Aqui em Belo Horizonte o Congresso que aumentou união dos movimentos e ongs que defendem os direitos dos negros encerrou a primeira etapa das discussões para o fortalecimento das instituições envolvidas nesta temática.

A longa jornada de trabalho dos participantes e organizadores que desenvolveram no dia 21 até a madrugada do dia 22 o estatuto interno para condução dos trabalhos das entidades ligadas por este Congresso.

Como todo Congresso que conta com poucos recursos a organização foi o ponto fraco o que resultou em muitas reclamações dos participantes vindos de todo o país para discutir sobre os direitos do negros.

Podiam ser vistos jovens militantes discutindo suas idéias com os mais antigos que passaram por todo o processo de ditadura lutando pela causa negra, com por exemplo o Sr. Iedo Ferreira, fundador do MNU - Movimento Negro Unificado, que com os seus 74 anos partilhava sua experiência e a sua história. Ele fazia questão de sempre contribuir nos temas propostos com seu dinamismo e conhecimento.

Este Congresso, as vezes era preparatório para um grande Congresso e outras vezes era um Congresso definitivo, foi marcado também pela presença da religião. Muitos congressistas eram do Candomblé e manifestavam a sua religiosidade com cantos e danças nas plenárias ou em apresentações. As bandeiras das Pastoral do Negros da igreja católica e do Conselho de Negras e Negros Cristãos da igreja evangélica apareceram porém os seus rituais não foram apresentados.

O Congresso que começou com ato de lançamento no CREA, terminou no espaço da colonia de férias do Sesc em um bairro distante do centro de Belo Horizonte chamado Venda Nova.

Os depoimentos dos entrevistados serão colocados aqui em breve.

sábado, 21 de abril de 2007

Congresso de Negras e Negros do Brasil.









Aconteceu ontem, dia 20 de abril de 2007, o ato de lançamento para o Congresso de Negras e Negros do Brasil em Belo Horizonte - Minas Gerais. Várias entidades estiveram presentes, autoridades públicas e a Ministra Matilde Ribeiro da Secretaria Especial da Presidência da República para Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).











A abertura foi no auditório do CREA-BH e o hino nacional foi entoado de maneira criativa pelos artistas da ONG Pandolelê, Sassá e Marcim. Os artistas entoaram o hino com percussão corporal.











Em breve as entrevistas serão colocadas aqui.
Hoje será o segundo dia do evento que continuará no SESC - Venda Nova.

sábado, 7 de abril de 2007

Candido do IBASE e o desafio do FSM em Nairóbi




O Candido do IBASE, umas das ONGs que participou na cordenação de todos os Fóruns Sociais Mundiais, conta, bem a vontade, um pouco da história do IBASE e também da organização do FSM, seus problemas e as novidades.

Como o Ibase começou?

O Ibase é uma criação das pessoas voltando do exílio com a democratização no Brasil, Betinho, que é o mais conhecido, Carlos Afonso e Marcos Arruda. Eles no exterior mudam um pouco a própria experiência a própria cabeça e já não se preocupam mais em conquistar o estado como eram as visões da esquerda de antigamente, estão mais preocupados em organizar a participação da sociedade. E aí montam o Instituto para a Base, IBASE, que depois deu este nome complicado: Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, você tinha que decifrar a sigla, nós acrescentamos o Betinho depois da morte dele então ficou Instituto do Betinho, em memória ao legado, mas é uma criação de uma entidade de cidadania ativa pensando em como trazer as questões dos grupos excluídos, populares que reivindicam direitos de democratização da sociedade brasileira, que combate a desigualdade, trazer para a agenda pública. O IBASE é sobretudo um instituto, que faz pesquisa sim, mas não pela pesquisa, faz análises para construir questões que transformem isso em agenda pública em debate público, que motive a cidadania a reagir e que formule suas propostas.
Então Fórum para nós, por exemplo, cai bem no espírito do que é o IBASE.

O IBASE tem uma missão, um objetivo e realiza coisas de relevância que a sociedade acaba conhecendo, conta um pouco disso para gente.

O IBASE como missão é a mais substantiva democracia na sociedade brasileira, essa simplificadamente seria a missão, ou seja, todos os direitos humanos para todas e todos os brasileiros e brasileiras, esse é o princípio do IBASE.
Na história do IBASE a gente foi acompanhando muito a própria democracia no Brasil, um dos primeiros trabalhos conhecidos do IBASE foi tentar coordenar uma plataforma de reforma agrária, existiam movimentos, antes de existir o MST, antes da Contag ter isso, tinham as igrejas, então se fez a campanha nacional pela reforma agrária que foi dar no ministério da reforma agrária do governo Sarney, governo de transição. Depois o IBASE trouxe a questão das crianças de rua para o debate público brasileiro, as crianças de rua existem a muito tempo, mas fazer investigação e mostrar que este era um problema que a sociedade podia resolver, era inadmissível que não resolvesse. O IBASE trouxe estudos mostrando com a gente ao invés de resolver o problema matava as crianças, inclusive isso tudo era sobre o assassinato de crianças e adolescentes de rua. O terceiro foi a campanha contra a fome. A fome também é secular no Brasil mas transformar isso em agenda pública que vai em tudo isso, que está na história do país. A campanha da cidadania Contra a fome e miséria pela vida, deu em um ministério e hoje tem um conselho nacional de segurança alimentar e tem o bolsa família, vamos dizer, é isso que nós buscamos. O IBASE tem essa função. O IBASE também, um outro exemplo, atua na responsabilidade social das empresas como trazer isso para o debate público. Nós queremos empresas responsáveis no seu negócio. Esse é um outro exemplo de iniciativa do IBASE. Outra preocupação mais recente é o Fórum, a idéia não é do IBASE, mas o IBASE adere e traz a sua capacidade de mobilização que é fundamental sobretudo a relação internacional o IBASE era a ONG das organizações a mais internacionalizada pelo seu nascimento ser internacional que traz e viabiliza o Fórum, na formação de parte do comitê organizador do Fórum 1, 2 e 3, depois viramos uma espécie de secretariado internacional que hoje se chama grupo facilitador brasileiro do Fórum Social Mundial e que então eu estou em todas a edições, mas envolvido na cozinha do Fórum não só no evento, não sou só um participante. Estive duas vezes em Nairóbi no ano passado, respresentando o IBASE aqui e minha colega Moema que esteve comigo esteve mais vezes e veio antes ajudando efetivamente o grupo organizador e nós com apoio da Petrobrás mandamos 4 ou 5 pessoas do nosso secretariado de São Paulo, mandamos para cá, para ajudar na montagem do programa, na organização, trazer a experiência brasileira e socializá-la aqui.

Muito bom. Você falou um pouco da organização que nós buscamos compartilhar com nossos irmãos quenianos, como foi esta caminhada, porque a organização é gigantesca.

Foi uma longa caminhada no final do primeiro Fórum em Porto Alegre eu sentei com o Tauffik que é uma das principais pessoas na organização aqui do Fórum sentamos para pensar: Quando vamos chegar na África? Porque estavam 10 pessoas da África no primeiro Fórum e acho que chegamos a 250 ou 300 no Fórum de 2005, lá em Porto Alegre. Sempre é pouco, o Fórum se organiza em um lugar e tem que ser mundial então ele tem que ir ao mundo, e é esse o espírito daqui. Então nós virmos aqui foi um desafio, primeiro há esta divisão, porque social e civil vivem os dilemas que as sociedade vivem, nós somos divididos também, somos desiguais, todos esse problemas, então, construir isso, que não fosse um Fórum que aprofundasse as desigualdades e as tensões que existem aqui, foi já uma coisa. Primeiro nós não fomos para a África do Sul, porque todos são unidos contra a África do Sul, essa hegemonia a nível inclusive de sociedade civil. Já é um feito não ir para a África do Sul, mas também não é um alternativo que é o Senegal. Porque há os franceses e o ingleses aqui, nesta festa colonial, nós viemos no meio, ta no coração da África, está a esquerda deste continente, é o que tinha um sociedade civil, tem uma sociedade civil mais vibrante. Isso é uma condição, a autonomia do Fórum supõe que não somos nós a organizar e o comitê local e regional, no caso deles é regional. É um comitê que envolve, aqui o Nairóbi no Quênia, envolve Uganda, Tanzânia, Etiópia e Somália. É o Este, Leste da África, que está envolvido na organização, mas estamos dando o apoio total a eles. Eles tem iniciativa, tudo é deles, mas a discussão metodológica, enfim, estive aqui em setembro para escolher este lugar, porque era para ser no Uhuru Park, mas lá tínhamos que construir tudo que construímos em Porto Alegre, aí, haja dinheiro aqui em Nairóbi para fazer isso porque tinha que importar equipamento. Então aqui a infra-estrutura deste centro de esportes doado pelos chineses, porque a nova cooperação é chinesa no sentido de acesso a recursos naturais, isso foi tudo doado pelos chineses e é um modelo igual, eles tem em vários países aqui na África, mas é subutilizado, afinal , porque eles são corredores e não jogadores de futebol então é um estádio meio...mas tem uma infra como nós nunca tivemos em nenhum Fórum. É o Fórum, nesse sentido, melhor, mas temos muitos problemas. Nós não conseguimos resolver o problema da inclusão. Ele tem várias iniciativas pequenas, o IBASE criou um fundo de solidariedade seu trouxemos 5: lá do lixão de Caxias, veio da cidade de Deus uma mulher, veio outra mulher do Boréu, veio que eram dois quilombolas, é onde o IBASE trabalha concretamente. Então, estão aqui no Fórum é uma experiência única para eles, mas vê o tamanho, tinham mais de 60 mil inscritos, aqui até ontem, inscritos, não sei quanto vai dar no final, inscritos, gente que pegou o crachá, assim mesmo claramente não veio o favelado de Nairóbi. Aconteceram manifestações aqui, mas a gente não via favelado de Porto Alegre em Porto Alegre, esse é um problema atravessado no Fórum, nós somos a elite das organizações. Como enfrentar isso. A discussão nossa também é veja funcionou mal, o evento é muito grande, nós temos que melhorar, não estamos sabendo lidar com isso. Por exemplo, os problemas de logística como língua, há uma questão política de o máximo de língua, a gente não consegue fazer do inglês para o português, francês, imagina fazer para o swahili, fazer para outras línguas africanas e um desafio monumental, então funcionou a tradução solidária, mas a solução compromete o diálogo, é e não é, porque também tem as linguagens visuais da manifestação, da roupa, da dança, do tambor, porque os sons africanos são incríveis e teve uma demonstração disso. Então aqui desde 60 mil, 50 e poucos mil, são africanos, o que deu uma cara nova para o Fórum, nós hoje podemos dizer somos de fato mundiais, a diversidade é maior do que a gente pensa, é mais complicada do que a gente pensa, mais difícil de lidar com isso. Essa universidade aberta que é um pouco a cidadania planetária, com eu considero o Fórum, ainda temos muita metodologia a desenvolver, assuntos práticos a desenvolver, tem uma questão de auto financiamento a desenvolver, enfim “n” coisas desta ordem.

Trazendo a questão para o regional local, como tem sido as discussões sobre as grandes temáticas como a fome, a pobreza, AIDS, migrações, genocídios. Como tem sido, no seu ponto de vista?

Era evidente que iríamos agregar novas dimensões da problemática, que para nós brasileiros, não é tão presente. A migração é claramente um tema, a AIDS, que também é para nós, mas aqui é dramática, está dizimando populações sobretudo nessa parte subsariana, tem países que baixaram em 20 anos a expectativa de vida. A própria África do Sul, que é mais desenvolvida, baixou em 20 anos, de 61 para 46 eu acho, mas tem alguns países como Zimbábue, Moçambique, que baixou para menos de 40 anos a expectativa de vida e existem cidades, vilas, que tem só órfãos quase os pais já se foram.
Então você tem um problema totalmente novo, mas tem o problema da dívida também que é mais dramático aqui do que lá. O problema da água, um tema que aqui foi muito importante. Os temas clássicos presentes não com as ênfases daqui. Um questão que é bem presente que é bem particular daqui da face africana e da resistência africana que é bem recente porque eles são independentes há 40 ou 50 anos os mais antigos, é muito recente tudo isso, então esta história de resistência a construção de entidades públicas, estado, institucionalidade, isso a gente tem muito a aprender com eles.
A religião, a espiritualidade, foi uma marca específica deste Fórum. As igrejas nunca estiveram tão presentes de forma tão orgânica como estiveram aqui. Elas tem um papel junto as populações mais excluídas fundamental. Elas são provedoras de muitos serviços educação, saúde, certa proteção social e elas estão transformando isso em questões de direitos e daí então o Fórum que trouxe esta dimensão que combina a história milenar da África com muita presença dessa mistura de religiosidade e cultura e identidade, essa síntese que é própria da África e acaba influindo no que nós somos como brasileiros. Nossa cultura tem muita sensibilidade igual, digamos assim, por causa da nossa origem, não tivemos Fórum assim, acho, tão marcadamente com estas novas questões.

Queria agradecer as suas palavras e compartilhamento da sua experiência comigo e com todos que irão conhecer tudo isso e agradecer também o apoio que vocês nos deram para estarmos aqui e parabenizá-lo pelo trabalho e dizer: nessa luta conte com a gente.

Muito obrigado, conte também conosco.

sexta-feira, 30 de março de 2007

Chico Witacker nosso Brother


Falar com o Chico é sempre uma oportunidade muito valiosa, escutar a sua experiência de vida então nem se fala. Ele continua ativo, provando que o que Picasso diz é verdade: demora para gente ficar jovem. Recentemente o Chico recebeu o prêmio Nobel alternativo que destaca o trabalho social de pessoas e instituições de todo o mundo e é considerado a ante-sala do Nobel da Paz e foi receber lá na Suécia, mais que merecido, ele realmente tem feito um trabalho para um outro mundo possível.


Qual a experiência de Fórum que você está vivendo?

Eu acho que é a confirmação de que se fossem abertos espaços deste tipo pelo mundo afora é algo que precisa ser feito mesmo e ser repetido várias vezes. A quantidade de coisas que estão acontecendo, as reuniões, as mais diversas, as mais inesperadas. Debates pegando questões como a própria noção do espaço do Fórum, eu participei pelo menos de dois, que vão fundo nas questões: Para que o Fórum? Para que o espaço aberto?, e outras, até verificar um grupo de mulheres aidéticas que se reúnem para trocar experiências e ver como superar, africanas de diferentes países ou jovens que se encontram para ver exatamente do ponto de vista deles, tudo isso está acontecendo aqui, são mil atividades diferentes nestes três dias.

Eu acho que criamos neste Fórum efetivamente na África um acontecimento histórico, a África não será mais a mesma depois deste Fórum, porque houve esta possibilidade das pessoas se reconhecerem não só entre países do mundo, mas entre nações africanas que foram divididas, também entre tipos de atividades, tudo isso está acontecendo aqui numa continuidade absoluta. Claro que temos mil problemas de organização, é óbvio, temos que admirar os companheiros quenianos que assumiram a organização deste Fórum, são heróicos, não é, estão pagando um preço pessoal de cansaço de tudo e muitas incompreesões, muitas. Tem gente que vêm aqui e espera que tudo tem que funcionar perfeitamente, mas na maioria das vezes não encontra. O espírito do Fórum é exatamente esse. Não tem que esperar que venha de cima tudo prontinho, não. Tem sim que participar, assumir e co-responsávelmente solucionar problemas. Tenho visto acontecer isso aqui. Eu encontro pessoas e pergunto: - Como está? Tudo bem? Ela responde: - Não, hoje de manhã estava tudo mal, mas agora a tarde está tudo bem. E quem foi que resolveu? Eles mesmos resolveram. Eles encontraram saídas para os problemas que eles tinham. Então acho que é uma experiência nova, foi uma experiência nova para a África, e para nós todos que participamos deste processo uma experiência nova de trabalhar nas condições que existem na África. Para construção do Fórum nós simplesmente acompanhamos, toda a responsabilidade foi dos africanos, eles que assumiram todas as tarefas administrativas, nós simplesmente demos a nossa experiência para eles, na medida do que foi possível. Eu diria que é uma beleza, este Fórum, todo mundo sai daqui energizado, seguramente. Tenho inclusive o testemunho de jovens que dizem: - A gente sai daqui com uma energia !
Porque eles descobrem inclusive que podem ser sujeitos, tem gente aqui que é do movimento Mau Mau, nos tempos de juventude os Mau Mau apareciam para a libertação do Quênia, era tudo meio combinado com terrorismo, coisas de hoje, eram os povos se libertando, eram os grupos querendo saída da dominação. Eles tem um movimento que diz: Mau Mau lutando contra o terrorismo desde 1980. É o que diz no cartaz deles. Na marcha de abertura, estavam lá os velhinhos os sobreviventes, daquelas primeiras lutas, primeira vez que estão tendo oportunidade de aparecer, peito aberto para ao sociedade, nós existimos, queremos fazer coisas queremos ajudar. Então a busca de alternativas, por exemplo, eu soube que o pessoal que trabalha com a água tem uma chamada, deram para juntas as mais diversas iniciativas e chamadas e estão partindo para outras.

E neste Fórum nós demos um passo importante, deixamos um dia do Fórum só para discutir o futuro das organizações - O que elas pretendem fazer? Que inclusive respeitando absolutamente a diversidade das propostas e fazer com que na tarde deste quarto dia, elas estarão num lugar comum, os 21 temas, e vão contar um para o outro o que pretendem fazer em 2007. Vai ter depois um ato simbólico bonito do fim deste Fórum. Vamos plantar árvores e pegar a mensagem da nossa prêmio Nobel queniana uma mulher que tem exatamente esta proposta de fazer renascer a floresta, a natureza. É uma luta ecológica importante e depois disso vai ter na festa final de depois de amanhã, vai ser seguramente uma grande celebração.

Eu espero que a gente saia daqui com muitas avaliações, do ponto de vista da organização, muitas coisas a gente poderia ter evitado, questões secundárias, porque a principal questão é que foi feito um Fórum Social Mundial na África ! Este tipo de espaço nunca existiu para os africanos, então é um passo para frente e a gente vai daqui para frente avançar muito mais. Inclusive nós brasileiros aprendemos, porque aqui na África ninguém se trata como você, o outro, etc, eles se chamam de irmãos e irmãs, quando eles se reúnem é assim que um se refere ao outro, quero dizer, este sentido de que somos uma humanidade que tem que viver na fraternidade, é profundo neles, na própria linguagem. Quem sabe a gente comece a se dirigir no Brasil a se dirigir para os companheiros de luta, dizendo: Meus irmãos e minhas irmãs. Vai ser divertido se acontecer isso aí. Não temos principais entre nós, somos BROTHERS.

sexta-feira, 23 de março de 2007

Cristina Carvalho Pinto e o mercado ético.


Cristina presidente da Full Jazz em entrevista para o Observatório das ONGs conta como é a nova atividade que participa: Mercado Ético. É original e surpreendente esta iniciativa no mercado de agências de propaganda, um setor tradicionalmente afeito as práticas éticas do capitalismo. Isso mostra que o terceiro setor está se profissionalizando e influindo nas mudanças de mentalidade dos empresários.

O Mercado Ético é uma plataforma multimídia que nasceu do coração e da mente de uma mulher que eu considero o maior gênio feminino da humanidade e com certeza um dos três maiores entre masculinos e femininos da nossa era. E a Hazel Henderson, se a sua curiosidade for grande acesse http://www.hazelhenderson.com/. Essa mulher, só para você ter uma idéia da genialidade dela ela nunca se sentou num banco de universidade, no entanto, ela é inglesa, na época do pós guerra a Europa muito deprimida, ela foi morar no EUA, se casou e teve uma filha. A menina voltava todo dia no final da tarde, brincava ia para a escola e voltava com o corpo todo sujo de fuligem e ela começou a falar: Nossa ! Isso que eu estou falando é na década de 50, a Hazel hoje é uma mulher de, imagino eu, 75 anos, e que dá um banho em todos nós. Ela falava: Meu Deus como é que pode, minha filhinha. E começou a falar com outras mães e descobriu que todas elas, realmente estavam impressionadas, porque a criança brincava um pouquinho e já subia, assim, parecia uma camada de alguma coisa forte sobre a pele. Então ela fez, na verdade, um grande movimento de mães em Nova Iorque, ela escreveu para o prefeito, ela fez passeata, foram as ruas, acho que foi talvez o primeiro grande movimento de cidadania destas últimas décadas, de uma dona de casa. E este movimento acabou levando este grupo de donas de casa e mães para o prefeito. O prefeito acabou mexendo com a questão da emissão de poluentes da indústria em Nova Iorque, estou falando de há muitas décadas. E essa mulher começou a perceber que ela tinha uma agudeza de visão para o mundo da macro-economia. Para fazer a história curta, ela começou a se corresponder com os grandes PHDs das grandes universidades do mundo, acabou ganhando o título de honoris causa em economia por todas a grandes universidades que se pode imaginar. Criou um processo de mídia, que aliás ela faz a muito tempo, o mercado ético é um novo produto desse processo, pelo qual, ela vai de forma muito clara, muito simples e muito prática mostrar o que está errado na nossa visão econômica e como é que a gente pode rapidamente implementar sistemas novos sustentáveis que tragam mais harmonia mais equidade, que sejam mais equânimes para o ser humano para as nações, para corporações, mais éticos, mais justos, etc. O mercado ético, no fundo, é isso, uma plataforma multimídia. Nós temos o portal, esse portal tem uma dinâmica incrível, muda todo dia, programas de televisão todo dia, entrevistas incríveis, e nós temos o portal, a televisão e um desdobramento destes produtos voltados a sustentabilidade que é o tema do mercado ético, para dentro de empresas, das universidades. Então a pessoa que está acessando o portal fala: Puxa vida, eu queria contratar um desdobramento dentro da minha empresa, eu estou interessado nestes temas aqui, esse, esse e esse. Ela entra em contato e a gente monta um trabalho a 4 mãos e fica meses trabalhando para que haja uma transformação, inclusive das culturas empresariais.

Se você é movido como nós, no fundo, no fundo, pelo afeto, por tudo, por todos, continua nessa linha porque nós temos um longo caminho aí pela frente. E se quer conhecer mais da gente entre no nosso portal: http://www.mercadoetico.com.br/

quinta-feira, 15 de março de 2007

DANNY GLOVER no Fórum Social de Nairóbi



Danny um dos protagonistas do filme Máquina Mortífera esteve no Fórum representando uma ONG chamada Tran África Forum e falou a respeito do Fórum e vários assuntos.

Qual o seu propósito em estar aqui na África?
Em primeiro lugar deixe-me dizer obrigado, antes de tudo, obrigado, por esta conferência com a imprensa este fato é próprio, uma reunião com a imprensa ocupando uma sala da gente brasileira. O povo do Brasil que apóia muito o motivo de um outro mundo é possível e algumas missões e os objetivos do Fórum Social Mundial. Eu de fato; nas primeiras reuniões foram em Porto Alegre e deixou no começo uma imagem indelével à possibilidade que existe conosco seres humanos neste planeta. Vamos ao ponto da razão porque eu estou aqui, então razão para eu estar aqui são muitas, nós estamos participando de sete conferências de imprensa uma especial do impacto da guerra sobre o terrorismo nas comunidades, nas nações em todo mundo, o impacto da guerra do terrorismo sobre as idéias da democracia. Esta é um dos motivos que estou aqui, para participar ouvir e escutar o povo. Nós temos uma especial afinidade com a secretária para as políticas e promoções, ah..promoções de políticas contra o racismo, nós temos um especial relacionamento com ela, relacionamento que começou diretamente e nasceu na conferência sobre o racismo e xenofobia na África do Sul, eu estive em Durbain 2001 na África do Sul, então tem muita coisa para falar aqui e umas das coisas que temos que falar para nós agora é apresentar a nova diretora executiva para a Trans África Forum. Eu sou o presidente do conselho da Trans África Forum mas eu quero apresentar a Nicole, ela é a nova, é muito brilhante e muito especial.
Bom você é a nova executiva da Trans África Form, qual é a missão desta instituição ?
Trans Africa Forum é uma instituição americana de trinta anos para organização de políticas e nos dedicamos a garantir que um novo mundo é verdadeiramente possível para o povo do mundo africano. O mundo africano não é somente o continente africano que nós temos muito prazer em estar aqui para celebrar este momento histórico que pela primeira vez o Fórum Social Mundial acontece aqui no continente da África. A missão do Trans África vai além do continente africano nós estamos interessados em assegurar que as políticas americanas sejam justas e limpas, para o povo do mundo africano incluindo os caribenhos e os latinos americanos. Nós estamos muito interessados no que acontece com os afro-descendentes na América Latina e o que a sociedade civil e os governos estão fazendo para garantir suas políticas de justiça e transparência para este povo.
Você acha que Hollywood pode produzir filmes para induzir o mundo para uma nova consciência e um novo mundo?
Eu acho que nos também procuramos por novos caminhos que podem criar um novo mundo e também outros caminhos onde poderemos promover imagens que reforcem a imaginação do povo, imagens que reforçam a solidariedade dos povos, que reforcem suas identidades nacionais e étnicas, este é o tipo de história do filme, falando historicamente que nos promovemos e que precisamos promover. Que falam de um mundo justo, um mundo de valores da contribuição de cada um, a contribuição dos afro descendentes, a contribuição dos descendentes dos espanhóis, dos descendentes dos asiáticos, dos descendentes europeus, eles todos devem trazer histórias fundamentais e o foco que cada um de nós espera ou nossas expectativas são: Quem somos nós como seres humanos neste planeta. Este é o tipo de filme que deve ser feito, eu estou muito animado com isso e quanto mais eu estou nesse negócio eu fico cada vez mais animado com este tipo de filme, porque eu vou a lugares no Brasil, lugares na Venezuela, eu vou em lugares como Quênia, lugares no Sul da África e lugares em todo mundo, e eu vejo esta nova iniciativa de histórias contadas pelo povo que é mais favorecido por ter visto algumas visões deles nos filmes. Eu vejo sua suas transformações na história, seus mudanças de integridade, sua própria dignidade, através de agregar isso nos filmes que são feitos.
O que você pensa sobre o movimento hip hop?
É muito fascinante porque o movimento hip hop em cada aspecto da sua evolução é parte de uma tendência de crescimento do pessoal jovem que tenta ter voz e tenta um jeito de engajamento na corrente, em ter poder nas suas próprias vidas. É um movimento de empoderamento. Menos a sua comercialização, os descontos, este tipo de empoderamento é desaconselhável. Mas nós os vemos falando com os outros e eles falam com os outros, os palestinos falam com os outros, os japoneses falam com os outros, eles se unem falando com outros, os brasileiros falam com os outros, os venezuelanos falam com os outros, os americanos falam com os outros, os americanos, vamos saber do dia deles o que representará uma parte vital, parte de como nós queremos ver o mundo, como o deverá mundo vir a ser unido, como o mundo precisa, precisa ser visto. O seu poder é importante e sua consciência é importante para criar este novo mundo que nós vemos.

(diretora de Trans Africa Forum)

Como uma organização nós temos um número de conselheiros que são famosos artistas populares nos EUA. Chuck Dee que é fundador de um grupo chamado Públic Enemy um grupo instrumental que garante que os grupos hip hops não tenham uma imagem negativa mas políticas progressivas positivas tem surgido nos EUA. Como uma organização nós vemos isso ainda como um algo importante neste momento que traz progressivamente vozes que vem da América Latina, vem da África, da Palestina e são ouvidas não somente nos seus paises mas internacionalmente, especialmente nos EUA onde você deve realmente ouvir estas vozes progressistas e positivas de outros países então eles não estão sozinhos na sua luta há alguma coisa que pode ser feita. Estas vozes que vem do mundo todo, elas verdadeiramente são divulgadas nos EUA e isso é muito importante para nós.

(Danny continua)
O nosso conselho da Trans África é de multi-geração nós esperamos que os membros dêem visibilidade ao conselho, nos esperamos trazer como membros do conselho quem é descendente de africanos, que vive no Caribe, que vive na América Latina, africanos, nós temos membros africanos no conselho Mantidje Auara, quem vem da Guiné, o famoso Scaler que é da Universidade de New York. Mas olhe toda esta idéia que você mencionou, voltando a sua questão, sobre os jovens, porque é automático quando você fala da geração hip hop você fala de gente jovem, nós temos uma diretora nova aqui que definitivamente tem parte na geração hip hop, nós temos, como eu digo, nós temos cada uma das gerações como Henry Bellafany, que fará 80 anos no final do mês, que está tão vivido como eu, um cidadão já senhor e gente nova com ela, no conselho da diretoria.
Como você estima o impacto do Fórum Social Mundial na África?
Nós sentimos que certamente o tempo do Fórum na África é algo profético em certo sentido, temos que dizer que tem tido algum impacto nos assuntos desagradáveis que estão ao nosso redor o terrorismo mundial. O mundo social precisa reunir gente que vem unida da sociedade civil, que vem unida dos ativistas, precisa ter impacto nos assuntos que afetam crianças e mulheres: o HIV, precisa ter impacto em como nós vemos o desenvolvimento, um mundo mútuo com várias formas de pensamento mas longe do paradigma liberal, tem que ter impacto também quando resolvemos um conflito. Ele, tinha acontecido o chamado para fazer o desenvolvimento que somente acontece no processo de paz. O rei freqüentemente refere-se dizendo: Paz não é a simples presença de não hostilidade mas a presença de justiça. Então todas estas coisas são importantes quando olhamos para o Fórum Social Mundial e o papel que fazemos neste continente tem que ser exemplo de que podemos fazer papéis semelhantes em todo o resto do mundo. Mas é importante, em particular, que nós façamos foco nas questões raciais, foco no assunto: o que a democracia significa neste tempo que falamos sobre a guerra, o que chamamos de guerra, da guerra fria, o terrorismo. Foco no que acontece neste continente e nós, é nossa responsabilidade porque todo o próprio continente verdadeiramente tem um lado, e a própria política palestina é uma política injusta, nos precisamos entender e ver o papel que os chineses fazem no continente. O Brasil, a secretária especial Sra Matilde, que está aqui veio ao continente 17 vezes, o presidente Lula veio de 17 a 21 vezes. Então os latinos americanos estão interessados no continente pela sua presença e pela sua relação que tem nas comunidades dos descendentes africanos. Falo sobre o Brasil, falo sobre a África: dos 165 milhões de habitantes, 80 milhões são descendentes de africanos.
O que mais surpreendeu você no Fórum?
Eu estou surpreso por tudo, pela multiplicidade de gente, de gerações, de gente jovem que está aqui, jovens ativistas, eu não estou surpreso que o governo brasileiro e a sociedade civil está aqui. O governo da Venezuela e a sua sociedade civil também estão aqui. Eu não estou surpreso por tudo isso. Eu penso que estou perplexo em podermos estar juntos e nós precisamos continuar juntos, nós precisamos reforçar um ao outro onde estivermos trabalhando para mudar este mundo. Eu continuo acreditando que esta idéia de que um novo mundo é possível, é duradoura, é brilhante, é forte e ainda apaixonante.
Qual é a importância em estar perto do governo brasileiro e da sociedade civil?
Isso fala por si mesmo, quando eu penso sobre o trabalho que o governo brasileiro está tentando fazer, o trabalho que acontece no relacionamento e na integração deste esforço, em outros paises como Uruguai, Venezuela, No Equador os esforços para democratização, a passagem para democratização que acontece, isso me deixa estimulado, eu fico animado com isso, eu sinto que há representatividade nas idéias, idéias práticas de desenvolvimento, eu estou alegre e agradecido por falar com a secretária especial Sra. Matilde, eu posso chegar ao seu escritório, e olhar para muitos aspectos da sociedade civil e ter um diálogo, criar um diálogo, diálogo é capacidade de renúncia e em muitos lugares no mundo esta é a idéia, isso pode trazer a tentativa de como lidar com estes assuntos, assuntos dos povos que estão em conflito a muitos anos muitas gerações, eu acho que está é a possibilidade, eu estou muito feliz por falar com o Brasil, e outros paises no Caribe. No Brasil tem que ser uma relação vital, uma que garante paz e justiça que a gente da raça merece. O relacionamento do Brasil com o resto do Caribe é uma relação muito importante, nós temos que achar um processo de integração, nós entendemos que 150 milhões de descendentes de africanos estão nesta região, somente 35 milhões vivem nos EUA, é um número muito pequeno, então a maioria vive além do mundo americano. Onde nós vamos encontrar, achar essa integração entre os assuntos dos afro-americanos nos EUA, assuntos dos afro-descendentes no Norte e assuntos do afro descendentes no sul. Noventa por cento dos descendentes de africanos vivem na pobreza. Africanos descendentes do Haiti descendo todo caminho até a ponta da América do Sul.
(diretora Trans África Forum)
Nossa singularidade tanto como organização como gente é que nós temos identificado o fato que é extremamente importante não somente o que acontece em todo mundo mas direto no nosso quintal para entender onde estão as intersecções entre o que acontece no Brasil, o que acontece na sociedade civil no Brasil. Que coisas que vocês estão fazendo que estão funcionando? Ter certeza que vocês tem um tipo de governo que representa o que o povo quer, isso é alguma coisa que certamente que nós precisamos aprender. É muito estimulante ser parte deste movimento no tempo que nós realmente podemos interceder, isso não é vil, estar envolvido com o que está acontecendo em todo mundo, ter possibilidade de vir e visitar. E observar, o que a sua sociedade civil organizada tem sido capaz de realizar? Agora nós sabemos que Danny Glover é uma personalidade e nosso outro membro do conselho James, eles são muitos envolvidos, significa a segurança que nós como americanos aprendemos o que acontece no Brasil, Venezuela, e outras sociedades que tem fortes movimentos progressistas. Como organização nós estamos muito animados em 2007, para nos dedicarmos como instituição para garantir que nós também estaremos mais envolvidos com o Brasil e em outros lugares.
(Danny continua)
Isso também é reconhecido, esta é uma nova iniciativa que nós estamos falando nos últimos 4 anos então há muito trabalho para fazer e isso significa muitos outros caminhos nos quais podemos nos engajar mutuamente para ter certeza que neste trabalho percorremos em uma mesma direção e especificar as coisas que queremos, mas a vontade política, a vontade de fazer o trabalho é essencial e o que sentimos em todas, em cada relacionamento em cada encontro que isso tudo não é verbalizado simplesmente, é alguma coisa que é real e está no espírito do povo e o espírito do povo é uma espírito de bom de mudanças.
Para parte do Brasil você é um herói pelo seu papel em Máquina Mortífera, e para outra parte ou seja o povo que trabalha com inclusão social você é também um herói por ser um ativista, como você lida com estas duas identidades e qual delas deixa você mais contente?
Bem e primeiro lugar a idéia de ser um herói me deixa um pouco desconfortável, eu sempre agi com a idéia de ser um cidadão. Eu estou marcando um momento extraordinário na história, James e eu viemos para o mesmo momento, muito ativismo, muito senso de responsabilidade social, vem na verdade de que queremos imitar essa gente que está fazendo este tipo de trabalho, muitos homens e mulheres de todo mundo então homem e mulher que estão fazendo este trabalho pelo mundo todo, no lugar que eles estão... Faly Luheima nos EUA, onde eles estão... Thoman Boya, eles estão, no Quênia, no lugar que eles estão...Nelson Mandela, onde eles estão...Julius Neiera, toda esta gente que aparece freqüentemente associada ao movimento de despertar, Martin Luther King, Malcon X. Mas o fato é de que nascemos disso, então em primeiro lugar, o que você falou para mim e que eu preciso lembrar é que é algo sem suporte, sem apoio, eu sou um cidadão e ponto. Eu quero levar essa cidadania ao máximo, o máximo nível da responsabilidade, o maior nível de serviço ao mundo e serviço para a comunidade, que pode ser minha própria comunidade ou a comunidade de serviço no mundo. O outro trabalho que eu faço é cultural, e deixe enfatizar eu sou trabalhador cultural: eu sou um trabalhador cultural o trabalho que eu trago, vem a ajudar a visibilidade num sentido geral, de modo extraordinário, além dos trabalhos que as pessoas fazem, fazer que outros tentem me imitar, tentem entender: O que costumava ser o ser humano no processo da dinâmica da humanidade, na dinâmica da história? Então, parte disso é o que eu sou, parte disso permite que eu possa explorar um tipo de relacionamento que vai além das minhas limitações para entender e ser uma parte dessa enorme energia que cerca a história que é contada, que acontece de cultura, para cultura, para cultura. Como o povo se legitima nos reforçamos? Que somos seres humanos através da imagem de si mesmo. Este é meu trabalho como trabalhador cultural. Eles juntos ironicamente em algum sentido não têm separação entre os dois, eles juntos se cruzam, eles juntos se formam mutuamente, eles juntos se elevam mutuamente e eles juntos elevam meu espírito.
Danny, como você vê o papel das igrejas no desenvolvimento social?
Deixe-me dizer, deixe-me somente dar exemplos do papel, do papel das igrejas que eu tenho visto no desenvolvimento social. O papel da teologia da libertação em outros países, o papel da teologia da libertação na América Latina, na América Central em outras partes do mundo. É um elemento muito importante, de fato, nos podemos fazer um argumento para primeiramente dizer que o primeiro líder da teologia da libertação foi Martin Luther King porque ele pegou as idéias de justiça, ele pegou as idéias das orações, as idéias não vieram da igreja, mas do próprio conteúdo da religião. Mas a igreja sempre teve uma outra missão, missão não de levar o povo para o momento lá do céu, mas também, eu não sou suspeito, mas também para entender e ter responsabilidade social e ser responsável pelo acontece com o povo enquanto eles vivem cada dia, o dia, o momento do nascimento até o dia da morte. Nos todos vivemos e morremos, e a igreja tem um momento, um lugar onde o povo pode ir e conhecer uma igreja responsável por cada momento que temos aqui, entende, então eu penso que a igreja tem um papel significante executar o que eles tinham e tem, tocar um papel que eu penso que é próprio dela, mas precisa ser mais ainda, homens e mulheres que acreditam que a igreja é uma organismo para mudança, eles acreditam em Jesus Cristo, é o povo com que temos relações, a religião que nós respeitamos e honramos, aquelas religiões que são religiões para mudanças sociais, religiões para transformação, e religiões para nossa elevação que somos seres humanos.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Mulher vítima de estupro no Quênia luta pelos seus direitos.




Encontramos no Quênia uma mulher corajosa, um exemplo a ser seguido, aqui ela conta a sua luta, sua enorme luta pelos seus direitos, direitos humanos.

Hadzua Fatma, eu sou a fundadora Organização Anti Estupro do Quênia eu fui a primeira pessoa disposta a testemunhar aqui no Quênia em 1993 porque eu luto pelos direitos das mulheres e das crianças que foram estupradas. Eu fui presa duas vezes e despida. Hoje eu estou muito feliz, porque temos muitos que testemunham, todas pensando como eu, elas querem seus direitos, justiça social, parlamento que as representem, elas querem levar esses assuntos para a Nações Unidas, por isso eu estou feliz hoje.
Nos encontramos o governo por conta própria, poder chegar lá e encontrar um representante nas Nações Unidas e eu estou preparada para ser um. Ontem eu estava no Comitê e nos estamos prontas para ir com um pensamento para ter uma nova Nações Unidas onde poderemos ter uma representante próprio da base popular com habilidade para articular os nossos assuntos, assuntos políticos, sociais e econômicos.
Que bom, quando você começou a sua luta?
Eu comecei esta luta em 1990, é um movimento voluntário, é muito difícil difícil para mim, porque os africanos você não pode falar de sexo, é um tabu, eu comecei a falar de sexo e de estupro, eles pensaram que eu era louca, porque nenhuma mulher podia falar de sexo.
Agora eu estou muito feliz porque os advogados estão comigo, os aldeões estão comigo, até os partidos políticos, porque até mesmo quando eu fui presa haviam políticos que se firmaram por mim. Eu tive 26 advogados da oposição ao governo que ficaram comigo.
Eu fui levada a Viena para a Conferência dos Direitos Humanos em Netherlands, para a conferencia, e também eu fui para o Reige, onde eu representei o meu problema de violação, pelo governo, pela polícia, é um problema muito comum aqui especialmente com as garotas e nas favelas. Eu estou muito preocupado sobre a prostituição, nós somos explorados as crianças são exploradas, para serem estupradas e vir a ter sexo com os Tuaregues, isso acontece muito na costa e também em Nairóbi, então eu permaneço muito alegre na minha luta e estou muito agradecida hoje porque outros homens e mulheres do mundo os lutadores que estão lutando em seus países estão também lutando comigo e outras organizações firmes nos Direitos Humanos.
No Quênia é muito difícil para nos falarmos e sermos entendidos, todos somos considerados errados, e somos mortos, muitos tem sido mortos, muitos, líderes estudantis, mulheres ativistas, eles tem sido mortos porque estão lutando pelos seus direitos, eu agradeço a Deus que eu sobrevivi até hoje, e continuo lutando com outros. Muitas pessoas como: Muruli ele era líder estudantil, ele lutava pelos direitos dos estudantes em na Universidade, ele foi adotado, estou torturado e eu o vi no hospital. E isso foi muito duro para mim. Eu estive com presos políticos como Aniona que morreu, Gadango, estas pessoas foram presas porque estavam lutando pelos direitos do povo nesse país, e eles explicaram para mim o que aconteceu com eles quando foram para as câmaras, como foram torturados, e isso tocou-me. E hoje quando eu ouço a mesma coisa acontecendo no Afganistão, quando o exército do Bin são violentos, acontece no Iraque, quando acontece no Líbano, em todos os países é onde a Nações Unidas não tem tomado nenhuma ação para tudo isso. Eu senti isso e dei um pulo lá, sentei naqueles lugares, eu fiz melhor que eles. Koufin Anan nunca falou sobre direitos das crianças, muitas centenas, milhares de crianças foram bombardeadas e suas casas destruídas. E ele nunca falou da violação do meio ambiente aquelas grandes bombas que caíram na terra do Afeganistão, do Iran, do Iraque, aquelas que trouxeram destruição da natureza, do meio ambiente, dos recursos naturais, que afetará o crescimento e a economia destes países. Ate mesmo sinto que o Iran teve o deslizamento de terras que poderia ter sido prejuízo do bombardeamento do Iraque. Nenhum cientista falou mas isso é o que eu sinto e pode ser verdade. Posso estar certa porque este é o resultado da destruição.
E o governo americano tem aumentado o seu terrorismo e o Bush é um terrorista, porque ele matou mais gente que o Sadan Hussein eu penso que eles deveriam abandonar seus postos, Blair também, deviam abandonar e dar as suas cadeiras para outros líderes.
Estou muito desapontada com o Obamas Kiss ele tem visto interesses em se firmar como presidente na América, ele é um afro americano cidadão, com todos os direitos que ele tem. Mas eu trago uma história muito ruim, que ele foi a Madarassa. Madarassa é uma escola islâmica estrangeira e isso dá créditos a ele, e eu pensei que isso será fato de descriminação porque eles não querem negros em altos cargos. Eu estive na América em muitos lugares em São Francisco e em muitos lugares na Califórnia, e quando eu fui lá soube que o povo negro não tem chance na universidade, porque este é o jeito de pensado no departamento de sociologia, eles não tem chance nas salas de decisão das escolas, universidades onde as decisões são feitas e aceitas, ate mesmo eles fazem uma pesquisa, uma pesquisa sem jeito de acessar antes. Algumas outras pessoas podem ter acesso a pesquisa, fazer outra e aí escrevem a sua pesquisa e podem não dar seus nomes e assim continuam. Quem eram eles? E isso foi contado num discurso verdadeiro na Universidade da Califórnia na qual eu falei.
Muito obrigado e parabéns pela sua luta.
Muito obrigado, agora eu luto com todos vocês.
Vocês lembram ? Eu fui presa muitas vezes e fui surrada pela polícia, fui surrada pela policia e eu fui hospitalizada duas vezes e fiz isso sozinha, sozinha, mas eu realmente fui brutalizada pela polícia, eu não era livre eu me escondia em qualquer canto e hoje eu estou livre e a luta continua.

Muito obrigado.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Rubem: um professor de música desempregado


Qual o seu nome?

Rubem
O que vc faz aqui no Kenia?
Quênia é meu pais e nos estamos procurando por emprego e como ajudar as nossas famílias.
Certo, quando você esta trabalhando o que você faz? Qual a sua profissão?
Minha profissão, eu fiz música e sou diplomado.
Tem muitos sem trabalho aqui no Quênia?
Por aqui temos muitos desempregados, eles não trabalham, como eu mesmo, estamos tentando conseguir emprego mas tem sido muito difícil. Agora nós começamos esta organização nos pegamos estas crianças e ensinando-as, com os fundos vindo da rua, e nós a reabilitamos em determinado lugar onde podemos conseguir, comida, amor, proteção e habitação. Mas agora está muito difícil porque não temos nenhum apoio dos irmãos e nem do governo.
E você não tem apoio nenhum do governo?
Nenhum até agora. Nós estamos buscando no ministério econômico mas é muito difícil, no nosso Quênia nada se consegue.
O que você faz com estas crianças?
Estas crianças e nos estamos ensinando e como eles conseguem a educação e como ter um melhor futuro.
O que você faz para sobreviver?
Nós estamos tentando buscar doações de fora, nada de bom tem vindo eu digo para você que parece um inferno.
O que você está fazendo aqui no Fórum Social Mundial? Você conhece este movimento?
Neste Fórum nos estamos muito gratos aos organizadores porque tem chegado muitas centenas de pessoas, pode ser a paz através do mundo e também chegando assim, nós precisamos estar muito organizados na nossa vida e do jeito que nós falamos para as pessoas que vem de fora.
Nós precisamos ter um novo conceito para a vida, isso não é rápido, não é rápido, nos tentamos mudar e tentamos ter um novo mundo.
Nos também tentamos conseguir quem tem esse conceito, e nos dê este conselho, e como fazer, porque nós precisamos de ensinamentos, outros ensinamentos de um povo diferente, porque não é comida, não é a roupa, não a proteção que nos somos feitos, nos somos feitos de alguns conselhos e ensinamentos como este que você trouxe agora para nós, nós estamos muito gratos nós quenianos, nos ainda estamos muito atrás, em muita coisa. Como agora nem tudo é sucesso, nós temos muito também, mas como você vem e utiliza, esse é nosso problema, mas nós temos somos muito gratos por americanos como você, você veio para nos ajudar, e nós somos muitos gratos, sempre que você vier vamos sentar e aprender muito de vocês. Muito obrigado por tudo.
Obrigado, tenha boa sorte e Deus que está vendo todos abençoe você, sua vida, sua família e seu pais.
Amém
Nós somos muito gratos e que Deus possa abençoar você para sempre e sempre e sempre.
Amém

sexta-feira, 2 de março de 2007

Marcha das Mulheres dia 8 de março. Participe !


A SOF é uma ONGs que participa da coordenação internacional e nacional da Marcha das Mulheres.
Maria Fernanda da SOF contou que durante todo ano as mulhers se reunem e debatem temas ligados as realidades das mulheres, "no mês de março a gente redobra os esforços em função da comemoração no dia 8 para que haja um ato bem forte que unifique todo o estado na bandeira feminista".
Devem e podem participar todas que estão em movimentos de mulheres e mistos também, movimentos dos trabalhadores sem terra, sindicatos, enfim todas a mulheres que querem construir um 8 de março, os partidos políticos deverão também estar unidos a esta Marcha.
Este ano a Marcha Mundial de Mulheres vai trabalhar com 4 pontos principais:
1 - Direito ao trabalho e denúncia da divisão sexual do trabalho. As mulheres sofrem ou com desemprego ou com trabalho sem regulamentação;
2 - Soberania alimentar a discussão contra o agro negócio, do latifúndio, que faz esta inversão do urbano com o rural.
3 - Não a violência sexista: lei Maria da Penha. Não se quer construir cadeias para que os homens lá seja colocados mas sim mudar o comportamento de agressão deles.
4 - Legalização do aborto. Se o estado laico, as orientação religiosas não devem orientar a sociedade. As mulheres ricas continuam fazendo o aborto e as pobres também mas seus métodos tem levado muitas a morte.
Muitas conquistas aconteceram durante este tipo de luta, as mulheres a anos atrás não podia votar, hoje isso parece banal, mas foi um avanço importante, porque a mulher é capaz de pensar e de escolher, além é claro de conquistas pontuais, quando a Lei Maria da Penha é aprovada mostra que o problema da violência doméstica existe e começa a ser tratada pela lei de maneira eficaz.
O padrão que oprime as mulheres e denunciado pela Marcha. Como e porque a mídia, as revistas "coisificam" as mulheres, fizemos muitas músicas como por exemplo: Somos mulheres e não mercadoria ou Mulher não é só bunda e peito. É combate a imposição de padrão de beleza que não respeita o biotipo da mulher brasileira e o padrão não existe. E aí vc entende o porque da fabricação deste padrão de beleza, é silicone para tudo, o Brasil é o segundo país em cirurgia plástica. Isso coloca na vida das mulheres uma depressão, um sentimento de inferioridade e como fica a estima de uma mulher pobre que não pode fazer a operação ou então elas se endividam e não conseguem pagar.
Outro tema discutido é a divisão do trabalho, o doméstico é destinado para mulheres e o da produção é dos homens. O da reprodução e cuidado com crianças, os cuidados e sempre o das mulheres. Quando a mulher vai para o trabalho é colocada em uma posição de muito mais insegurança, quem se preocupa com isso são as mulheres que são sobrecarregadas e com salário inferior e nem consegue ser registrada, além do assédio moral e sexual que é o cotidiano, uma situação de insegurança.É uma sociedade que determina um papel para mulheres que a Marcha pelas mulheres renegam e repudiam.
No dia 8 de março a grande manifestação na Avenida Paulista denunciar estas realidades e dizer: FORA BUSH que estará visitando São Paulo e que o símbolo do sistema patriarcal e capitalista que a gente condena e que fora do Brasil e da América Latina. Um dia de luta e demonstração de força: as mulheres sempre estão na vanguarda das lutas, seja por terra, seja por casa, por saúde, por educação.
Só muda se você sair de casa e for para a rua. Dia 8 as mulheres esperam você.
www.sof.org.br

Martinho da Vila no show da Marcha pela Paz.


Martinho da Vila participou do show que finaliza a tradiconal Marcha pela Paz que tem aberto todos os Fóruns Sociais e disse que era uma boa emoção estar do Fórum Social Mundial, sempre desejou vir neste evento e agora em 2007 teve a felicidade de ser convidado para participar fazendo o show de abertura. O convite partiu do IBASE e teve o patrocínio da Petrobrás. Ele acredita que um outro mundo é muito possível e o que mais pode colaborar com este objetivo é a música, é a arte. Todas a mudanças, todas as ações afirmativas que aconteceram historicamente pelo mundo foram amparadas pela música e pelas artes de uma maneira geral, então é importantíssimo essa participação. Esse Fórum é essencial porque todos que aqui vieram: as organizações, as pessoas de uma maneira geral, tem uma preocupação social básica. Pessoalmente acho que a revelação de que a Africa não é uma grande floresta, como alguns pensam no Brasil, isso aqui é uma cidade, limpa e as pessoas solícitas e até os políciais, pessoas de segurança todos atendem com sorriso isso é muito bom. Assim Martinho se colocou a respeito do VII Fórum Social Mundial em Nairóbi.
Martinho abriu com uma seleção dos seus sucessos:

QUEM É DO MAR NÃO ENJÔA

Quem é do mar não enjoa, não enjoa
Chuva fininha é garoa, é garoa
Homem que é homem não chora, não, não chora
Quando a mulher vai embora, vai embora

Depois

CANTA, CANTA MINHA GENTE

Canta, canta minha gente
Deixa a tristeza prá lá
Canta forte, canta alto
Que a vida vai melhorar
Que a vida vai melhorar,
Que a vida vai melhorar
Que a vida vai melhorar,
Que a vida vai melhorar

Depois

O PEQUENO BURGUÊS

Felicidade, passei no vestibular
mas a faculdade é particular
particular, ela é particular
particular, ela é particular
Livros tão caros tanta taxa pra pagar
meu dinheiro muito raro,
alguém teve que emprestar
o meu dinheiro, alguém teve que emprestar
o meu dinheiro, alguém teve que emprestar

Depois

CASA DE BAMBA

Na minha casa todo mundo é bamba
todo mundo bebe todo mundo samba
Na minha casa não tem bola pra vizinha
não se fala do alheio, nem se liga pra candinha
Na minha casa ninguém liga pra intriga
todo mundo xinga, todo mundo briga

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

All Gore defende meio ambiente


All Gore o vice-presidente durante o mandato de Clinton (1993-2000), e derrotado na campanha de 2000, foi defender o meio ambiente na entrega do Oscar que atrai a atenção de milhões de pessoas por todo o mundo.
O filme-documentário “Uma Verdade Inconveniente”, lançado no Brasil no mês passado, traz uma breve menção ao Catarina. All Gore diz: “Em 2004 os livros escolares tiveram que ser revisados, pois eles costumavam dizer que era impossível um furacão aconteceu no Oceano Atlântico Sul. Naquele ano, pela primeira vez na história, um furacão atingiu o Brasil.”
Ele enfatiza os dados que comprovam o aquecimento global e convoca as pessoas a combater também individualmente o problema, pois as consequências serão devastadoras.
Nesta aparição Gore se mostra como alguém que já foi ex-presidente, que contiua vivo na disputa e que defende causas de meio ambiente, pontualmente no Brasil faz um contraste com Bush que chegará em São Paulo para uma visita no dia 8 de março. Os movimentos sociais já preparam uma "calorosa"(sic) recepção o presidente americano.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Global Young Greens


Mirian Maialem, representante da ONG, voluntária, e ativista do grupo na Irlanda. Ela encontrou no FSM grupos de diferentes países e continentes, América do Sul, Ásia, África. Foi na Austrália o congresso do Global Young Greens nesta semana e um dos assuntos foi desenvolvimento sustentável, comércio justo tudo que tem a ver com os princípios verdes. Nossa associação tem representações de todo mundo. Eu morei no Brasil em São Paulo no ano de 2003 e fui conhecer Amazonia, Minas Gerais e Nordeste e fui convidada a participar deste fórum. Sou formada na área de desenvolvimento sustentável e também sou intérprete e milito na Irlanda, o pensamento é pensar global e agir local, como se fala em Porto Alegre um novo mundo é possível.
A diferença de Porto Alegre, é que hoje tudo está sendo realizado em um mesmo local, aqui no estádio. Eu percebo que aqui existem mais ONGs e no caso de Porto Alegre eu vi muitos participantes individuais. Outra coisa é que a participação da África é predominante e em Porto Alegre aconteceu o apoio do governo e da prefeitura coisa que não percebo aqui em Nairóbi. Acho que a sociedade civil não veio porque chegar até aqui é muito caro. Eu acredito que o intercambio de idéias vai ser muito intenso e isso é excelente para o desenvolvimento sustentável e para criação de parcerias.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Militante de ONG americana quer mudar o EUA


Monami Maolik militante da ONG Grassroot Global Justice dos Estados Unidos .

Gostaria que você contasse um pouco da sua organização para gente e sobre o seu trabalho.
Nos somos dos Estados Unidos nossa organização nos chamamos Grassroot Global Justice nossa delegação é composta de 70 pessoas de todo canto dos Estados Unidos, que trabalha em muitas comunidades negras, comunidades pobres, com jovens, com estudantes, com trabalhadores, com mulheres que lutam por justiça social todas as coisas pelo meio ambiente, pelo direitos de moradia, pela saúde, pelos direitos de imigração, e estamos aqui juntos no Fórum Social para participar com todo o mundo e mostrar que existe um novo olhar da América e esta é a nova cara da América.
É a primeira vez que você vêm ao WSF ? O que vc está achando?
Nos achamos que o povo dos Estados Unidos das comunidades do Grassroot são pobres e isso não é um previlégio dos Estados Unidos, e justamente agora no mundo onde os Estados Unidos está destruindo outros países e os Estados Unidos está criando mais e mais guerras ocupando outras nações nos temos um forte mensagem para o resto do mundo não é todo mundo no nosso país que acredita no que o nosso governo está fazendo e nós estamos propondo um movimento de reconstrução internamente nos Estados Unidos para lutar por justiça não somente lá mas refrear os Estados Unidos “canibal” para não matar mais, não militarizar mais, não mais criar acordos indecentes, que tem matado muita gente em todo mundo.
É a primeira vez que vc está no WSF?
Para mim é minha segunda, mas para muita gente aqui é a primeira.
Você foi ao Brasil?
Não, fui a Mombai.
Qual sua expectativa sobre o evento?
Como a cruzada que a delegação americana nós queremos trabalhar e construir , construir relacionamento com o pessoal de todo mundo, pelo mundo trabalhar nos assuntos similares: moradia, educação, saúde por nos entendemos que tudo está conectado e queremos estar juntos porque no próximo ano, nós entendemos que não teremos o WSF mas um dia de ações ou uma semana de ações nos esperamos que no próximo ano grupos de americanos possam trabalhar com outros grupos de todo mundo, fazendo ações onde estes assuntos estejam mais presentes no mundo agora.
Um novo mundo é possível? Porque?
Nós não acreditamos somente que um outro mundo é possível mas um novo mundo é necessário. Se nós continuarmos destruir o planeta como estamos fazendo, continuarmos a empobrecer as pessoas, continuarmos a criar guerras, pelo poder do imperialismo aí nenhum de nós estará aqui em poucas décadas. E todos nós temos que apostar em salvar não somente o meio ambiente, mas impulsionar o mundo que é feito de gente e não de lucro.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

FSM de Nairóbi e seus primeiros números.


Segundo o Comitê Organizador Africano e o Comitê Internacional, chegou a 60 mil o número de pessoas inscritas oficialmente e foram realizadas 1.200 atividades gestionadas. Em termos de distribuição por país, cerca de 80% de participantes foram do Quênia ou de países vizinhos e cerca de 20% de fora do continente.

Um ponto a destacar neste Fórum foi a marcante participação de grupos populares organizados por igrejas.

Em relação à participação estrangeira, foram pelo menos 400 italianos(as), 450 franceses(as), 600 norte-americanos(as) e cerca de 400 brasileiros(as).

Durante o evento, cerca de 300 propostas formuladas por 21 Fóruns de Alternativas, Lutas e Ações foram apresentadas ao público.

Enquanto nos Fóruns anteriores não se balizavam próximas ações baseadas em resultados de consenso obtidos no final dos Fóruns neste sétimo evento as propostas devem servir de base para as Jornadas de Mobilização, que serão realizadas em janeiro de 2008 ao redor do mundo, paralelamente ao Fórum Econômico de Davos. A idéia é que a sociedade civil, mais até do que o próprio Comitê Internacional do FSM, aproprie-se dessas propostas e articule-se para torná-las uma realidade.

Água acessível a todas as pessoas, campanhas em nome da paz, da democracia, pela proibição de despejos e defesa das moradias populares, direitos humanos, direitos das mulheres e respeito à diversidade, direitos das crianças e adolescentes, distribuição de terras, quebra da patente de remédios e saúde acessível para população carente são alguns dos temas tratados no conjunto de propostas que, em breve, estarão disponíveis no site do Fórum Social Mundial e aqui neste blog.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Carnaval paulista enfoca social e ecológico

No desfile das escolas de samba no primeiro dia de Carnaval em São Paulo das 7 escolas pelo menos 3 cantaram sobre temas relacionados ao social e ao ecológico.

A Imperador do Ipiranga localizada junto a maior favela paulistana, a do Heliópolis, cujo nome Imperador nasceu, porque naquele bairro é que D. Pedro I declarou independência. Ela foi a primeira a desfilar. Seu samba foi sobre o ferro e o aço e o seu quarto carro dedicado a reciclagem do aço para preservação do meio ambiente.
A Tom Maior dedicou todo seu tema ao trabalhador brasileiro, a sua exploração, a sua luta e suas conquistas. Em um dos carros mostra que a data de Primeiro de Maio nasceu da reivindicação da jornada de 8 horas e outro com relógios evidencia as horas trabalhadas em excesso. A letra do samba dizia:
Quero ter o meu direito,
chega de exploração.
Com licença, eu vou a luta.
Faço greves, vou prá rua
Digo não a opressão.
A Tucuruvi falou da importância das energias renováveis da natureza: a terra, o ar, o calor e a luz do sol . A Isabela Oliveira, na foto, mostra os carros com o símbolo do gafanhoto que vem do nome dado ao bairro: Tucuruvi que em tupi guarani significa gafanhoto verde. Um verso diz:
Ó meu Senhor,
muito obrigado por nos contemplar
com a natureza a se recriar e
renovando em harmonia
a noite anunciando o novo dia.
Pois é, este foi o primeiro dia de desfile e me parece importante que comunidades inteiras se reúnam para discutir e aprender temas como estes que colaboram para a mudança de mentalidade das comunidades e também irradiam estas letras e palavras para todo povo que tem no Carnaval uma maneira de extravasar a pressão do dia a dia. E nas comunidades pobres estas pessoas passam a ter uma apoio porque podem pertencer a um grupo que pensa a favor da terra e do ser humano.
É claro que nem tudo são flores, que nas comunidades pobres existe a manipulação da parte má que nela habita e floresce: criminosos, traficantes etc, mas o dito lado privilegiado da cidade também não tem a sua parte podre? Os podres perfumados que andam de carros importados mas que também manipulam cuidando dos seus interesses e destruindo o próximo ao invés de amá-lo.
Uma nova sociedade é possível e só vai acontecer com mudanças de pensamentos e de paradigmas, finalmente a base de tudo isso são os valores.
Cada grupo tem que fazer a sua parte e transformar os valores para valer. Por isso um novo mundo é possível depende de cada um e de todos.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Jardim Ângela começa a preparar o Fórum Social Sul - SP


Ontem a noite aconteceu a primeira reunião do grupo, comandado pelo Padre Jaime Crowe, que irá realizar o Fórum Social Sul - SP no Jardim no segundo semestre em data a ser comunicada posteriormente.

Inicialmente foi discutido um texto do Oded Grajew sobre o Fórum Social Mundial de Nairóbi que analisou o evento de modo positivo e que faz parte de um processo de unir os explorados frente aos dominadores para um novo mundo possível e completa não só possível mas urgentemente necessário, visto que a nossa casa, a terra, está sendo destruída pelo sistema neo liberal.

É isso que o Fórum Social Sul - SP vem fazendo, isto é, estimulando um processo de retomada pela vida, vida digna para todos do Jardim Ângela, de São Paulo e do Brasil.

A equipe do Padre Jaime e todos seus colaboradores terão um grande desafio para a organização, captação de recursos e mobilização deste tradicional Fórum Social Sul - SP mas todos estão animados e sabedores da importância do evento.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Terra melhor distribuída: um clamor mundial.


A exemplo do movimento brasileiro MST, o movimento que une os sem terra, que também estava presente no FSM, lá existem várias ONGs que protestam e querem uma melhor distribuição de terras entre os quenianos, um país no qual os seus habitantes tem uma desigualdade sócio econômica imensa e que se reflete também na expectativa de vida do queniano: 49 anos.

Manifestações se repetem no FSM de Nairóbi




Este manifestante enquanto andava pela concentração com o cartaz alusivo ao presidente dos Estados Unidos, gritava em francês o seguinte: PAZ COM BUSH, É IMPOSSÍVEL.Este Fórum também foi marcado pelo protesto contra os sistemas neo liberais que tem trazido destruição pela sua transformação de tudo em produto, até seres humanos, com sentido de obter lucro a despeito de tudo até da destruição da natureza.

Lei Maria da Penha é discutida em Fórum Aberto


Dia 13 de fevereiro foi realizado no centro da cidade de São Paulo no Ministério Público um Fórum sobre a Lei Maria da Penha que determina a criação de mecanismos para punir e coibir a violência doméstica contra a mulher.
A cada 18 segundos uma mulher é agredida no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) que realizou um estudo em 2005 sobre a violência contra a mulher. A pesquisa ouviu 24 mil mulheres em dez países e mostrou que, no Brasil, 29% das paulistanas com parceiros regulares e 37% das pernambucanas da Zona da Mata já sofreram abuso físico ou sexual. Estiveram presentes representantes de ONGs, da promotoria da justiça e da população em geral.
O Observatório das ONGs entrevistou Dr. Viegas, a Dra Vânia Balera e o Dr Luiz Carlos Sirvinskas que falou sobre a importância da lei como fator de inibição para as agressões contra a mulher em ambiente familiar. Entre várias ONGs presentes estava a Rede Mulher representada pela Sra. Maria José (Zéza) Lopes Souza, esta ONG articula diversas outras ONGs e movimentos para formar um protocolo de atendimento às mulheres vitimadas. A Zeza ressaltou a importância da conscientização do poder público, tanto na instância de julgamento quando na fase de atendimento policial, afim de que no momento em que a vítima for atendida primeiro se preste o socorro médico e depois que ela seja encaminhada para o registro e verificação da ocorrência. Há também uma urgente necessidade da formação de infra estrutura como as casas abrigo, local de acolhimento, orientação e proteção da vítima. Por isso a discussão desta lei trará novas esperanças para que sofre esta degradante violência. Maiores informações da Rede Mulher podem ser obtidas pelo telefone: (11) 3873-2803, fax: (11) 3862-7050, e-mail: rdmulher@redemulher.org.br ou no site http://www.redemulher.org.br/