segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Carnaval paulista enfoca social e ecológico

No desfile das escolas de samba no primeiro dia de Carnaval em São Paulo das 7 escolas pelo menos 3 cantaram sobre temas relacionados ao social e ao ecológico.

A Imperador do Ipiranga localizada junto a maior favela paulistana, a do Heliópolis, cujo nome Imperador nasceu, porque naquele bairro é que D. Pedro I declarou independência. Ela foi a primeira a desfilar. Seu samba foi sobre o ferro e o aço e o seu quarto carro dedicado a reciclagem do aço para preservação do meio ambiente.
A Tom Maior dedicou todo seu tema ao trabalhador brasileiro, a sua exploração, a sua luta e suas conquistas. Em um dos carros mostra que a data de Primeiro de Maio nasceu da reivindicação da jornada de 8 horas e outro com relógios evidencia as horas trabalhadas em excesso. A letra do samba dizia:
Quero ter o meu direito,
chega de exploração.
Com licença, eu vou a luta.
Faço greves, vou prá rua
Digo não a opressão.
A Tucuruvi falou da importância das energias renováveis da natureza: a terra, o ar, o calor e a luz do sol . A Isabela Oliveira, na foto, mostra os carros com o símbolo do gafanhoto que vem do nome dado ao bairro: Tucuruvi que em tupi guarani significa gafanhoto verde. Um verso diz:
Ó meu Senhor,
muito obrigado por nos contemplar
com a natureza a se recriar e
renovando em harmonia
a noite anunciando o novo dia.
Pois é, este foi o primeiro dia de desfile e me parece importante que comunidades inteiras se reúnam para discutir e aprender temas como estes que colaboram para a mudança de mentalidade das comunidades e também irradiam estas letras e palavras para todo povo que tem no Carnaval uma maneira de extravasar a pressão do dia a dia. E nas comunidades pobres estas pessoas passam a ter uma apoio porque podem pertencer a um grupo que pensa a favor da terra e do ser humano.
É claro que nem tudo são flores, que nas comunidades pobres existe a manipulação da parte má que nela habita e floresce: criminosos, traficantes etc, mas o dito lado privilegiado da cidade também não tem a sua parte podre? Os podres perfumados que andam de carros importados mas que também manipulam cuidando dos seus interesses e destruindo o próximo ao invés de amá-lo.
Uma nova sociedade é possível e só vai acontecer com mudanças de pensamentos e de paradigmas, finalmente a base de tudo isso são os valores.
Cada grupo tem que fazer a sua parte e transformar os valores para valer. Por isso um novo mundo é possível depende de cada um e de todos.

Um comentário:

Isa disse...

Essa sou eu!!! =)
Adorei o assunto postado.
Sempre que fala-se em carnaval todos pensam apenas em bebidas, mulheres peladas e grandes orgias. Porém esse ano foi possível ir além. Fiquei impressionada com a mobilização das comunidades participantes através das escolas, cito entre elas a Vai-Vai que fez todas suas fantasias com material reciclável, além das outras mencionadas por você!
Com isso percebo que a importancia do carnaval hoje, além da folia, é abordar temas extremamente relevantes de um modo descontraído. Alcançar aqueles que não seriam alcançados por outras vias mais tradicionais. Enfim, creio que esse é um grande momento para reflexão de nossos ideiais e o que podemos fazer para que esse mundo seja melhor pata todos!
Beijos, Isa.