sexta-feira, 9 de março de 2007

Mulher vítima de estupro no Quênia luta pelos seus direitos.




Encontramos no Quênia uma mulher corajosa, um exemplo a ser seguido, aqui ela conta a sua luta, sua enorme luta pelos seus direitos, direitos humanos.

Hadzua Fatma, eu sou a fundadora Organização Anti Estupro do Quênia eu fui a primeira pessoa disposta a testemunhar aqui no Quênia em 1993 porque eu luto pelos direitos das mulheres e das crianças que foram estupradas. Eu fui presa duas vezes e despida. Hoje eu estou muito feliz, porque temos muitos que testemunham, todas pensando como eu, elas querem seus direitos, justiça social, parlamento que as representem, elas querem levar esses assuntos para a Nações Unidas, por isso eu estou feliz hoje.
Nos encontramos o governo por conta própria, poder chegar lá e encontrar um representante nas Nações Unidas e eu estou preparada para ser um. Ontem eu estava no Comitê e nos estamos prontas para ir com um pensamento para ter uma nova Nações Unidas onde poderemos ter uma representante próprio da base popular com habilidade para articular os nossos assuntos, assuntos políticos, sociais e econômicos.
Que bom, quando você começou a sua luta?
Eu comecei esta luta em 1990, é um movimento voluntário, é muito difícil difícil para mim, porque os africanos você não pode falar de sexo, é um tabu, eu comecei a falar de sexo e de estupro, eles pensaram que eu era louca, porque nenhuma mulher podia falar de sexo.
Agora eu estou muito feliz porque os advogados estão comigo, os aldeões estão comigo, até os partidos políticos, porque até mesmo quando eu fui presa haviam políticos que se firmaram por mim. Eu tive 26 advogados da oposição ao governo que ficaram comigo.
Eu fui levada a Viena para a Conferência dos Direitos Humanos em Netherlands, para a conferencia, e também eu fui para o Reige, onde eu representei o meu problema de violação, pelo governo, pela polícia, é um problema muito comum aqui especialmente com as garotas e nas favelas. Eu estou muito preocupado sobre a prostituição, nós somos explorados as crianças são exploradas, para serem estupradas e vir a ter sexo com os Tuaregues, isso acontece muito na costa e também em Nairóbi, então eu permaneço muito alegre na minha luta e estou muito agradecida hoje porque outros homens e mulheres do mundo os lutadores que estão lutando em seus países estão também lutando comigo e outras organizações firmes nos Direitos Humanos.
No Quênia é muito difícil para nos falarmos e sermos entendidos, todos somos considerados errados, e somos mortos, muitos tem sido mortos, muitos, líderes estudantis, mulheres ativistas, eles tem sido mortos porque estão lutando pelos seus direitos, eu agradeço a Deus que eu sobrevivi até hoje, e continuo lutando com outros. Muitas pessoas como: Muruli ele era líder estudantil, ele lutava pelos direitos dos estudantes em na Universidade, ele foi adotado, estou torturado e eu o vi no hospital. E isso foi muito duro para mim. Eu estive com presos políticos como Aniona que morreu, Gadango, estas pessoas foram presas porque estavam lutando pelos direitos do povo nesse país, e eles explicaram para mim o que aconteceu com eles quando foram para as câmaras, como foram torturados, e isso tocou-me. E hoje quando eu ouço a mesma coisa acontecendo no Afganistão, quando o exército do Bin são violentos, acontece no Iraque, quando acontece no Líbano, em todos os países é onde a Nações Unidas não tem tomado nenhuma ação para tudo isso. Eu senti isso e dei um pulo lá, sentei naqueles lugares, eu fiz melhor que eles. Koufin Anan nunca falou sobre direitos das crianças, muitas centenas, milhares de crianças foram bombardeadas e suas casas destruídas. E ele nunca falou da violação do meio ambiente aquelas grandes bombas que caíram na terra do Afeganistão, do Iran, do Iraque, aquelas que trouxeram destruição da natureza, do meio ambiente, dos recursos naturais, que afetará o crescimento e a economia destes países. Ate mesmo sinto que o Iran teve o deslizamento de terras que poderia ter sido prejuízo do bombardeamento do Iraque. Nenhum cientista falou mas isso é o que eu sinto e pode ser verdade. Posso estar certa porque este é o resultado da destruição.
E o governo americano tem aumentado o seu terrorismo e o Bush é um terrorista, porque ele matou mais gente que o Sadan Hussein eu penso que eles deveriam abandonar seus postos, Blair também, deviam abandonar e dar as suas cadeiras para outros líderes.
Estou muito desapontada com o Obamas Kiss ele tem visto interesses em se firmar como presidente na América, ele é um afro americano cidadão, com todos os direitos que ele tem. Mas eu trago uma história muito ruim, que ele foi a Madarassa. Madarassa é uma escola islâmica estrangeira e isso dá créditos a ele, e eu pensei que isso será fato de descriminação porque eles não querem negros em altos cargos. Eu estive na América em muitos lugares em São Francisco e em muitos lugares na Califórnia, e quando eu fui lá soube que o povo negro não tem chance na universidade, porque este é o jeito de pensado no departamento de sociologia, eles não tem chance nas salas de decisão das escolas, universidades onde as decisões são feitas e aceitas, ate mesmo eles fazem uma pesquisa, uma pesquisa sem jeito de acessar antes. Algumas outras pessoas podem ter acesso a pesquisa, fazer outra e aí escrevem a sua pesquisa e podem não dar seus nomes e assim continuam. Quem eram eles? E isso foi contado num discurso verdadeiro na Universidade da Califórnia na qual eu falei.
Muito obrigado e parabéns pela sua luta.
Muito obrigado, agora eu luto com todos vocês.
Vocês lembram ? Eu fui presa muitas vezes e fui surrada pela polícia, fui surrada pela policia e eu fui hospitalizada duas vezes e fiz isso sozinha, sozinha, mas eu realmente fui brutalizada pela polícia, eu não era livre eu me escondia em qualquer canto e hoje eu estou livre e a luta continua.

Muito obrigado.

Um comentário:

Raquel disse...

Olá.
Meu nome é Raquel Arouca, sou bióloga e membro de uma ONG chamada A Rocha Brasil. Vi tua reportagem no FSM (entrevista com a queniana que luta contra o estupro) e fiquei na expectativa de ver A Rocha Quênia no ar, eles também estavam lá expondo seus trabalhos naquele país. Somos uma grande família de grupos A Rocha pelo mundo, somos cristãos conscientes de nosso papel na conservação do meio ambiente. Para saber mais a respeito de nossos trabalhos pelo mundo acesse www.arocha.org e no brasil visite nosso blog: arochabrasil.blogspot.com
Parabéns pelo teu trabalho.
Graça e Paz.
Raquel Arouca