domingo, 5 de agosto de 2007

Fórum Social chega aos EUA





Foi em 27 de junho deste ano e terminou em 1 de julho e aconteceu lá na terra dos americanos(as) do norte o primeiro evento do FSM. Parecia que não poderia dar certo, mas deu, existe nos EUA um movimento de cidadania que reconhece a importância do resgate dos excluídos americanos e do mundo. Lá as pessoas que participam dos grassroots, a base popular, estiveram presentes para afirmar que outro mundo é possível e um outro EUA também.

Cândido Grzybowski, sociólogo e diretor do IBASE conta que os participantes eram da base da pirâmide social, dos movimentos negros e indígenas, dos movimentos por justiça ambiental, dos aguerridos grupos de migrantes legais e clandestinos, do renovado movimento de trabalhadores por empregos com justiça, das famílias de pobres e sua campanha nacional por direitos e inclusão. Era gente com problemas e propostas que lembram os(as) excluídos(as) de todos os povos do planeta. A determinação desses grupos é notável. Mesmo com poucos recursos – pois os apoios conseguidos com os tradicionais financiadores foram pequenos –, eles demonstraram muita vontade e capacidade para organizar um FS impactante pela ampla e diversa agenda de temas postos em debate.

Ele também conta que Atlanta é a terra de Martin Luther King, líder negro da luta por direitos civis. Para os participantes do fórum, Martin Luther King é uma inspiração. Além disso, Atlanta, capital da Georgia, no Sul dos EUA, lembra a nova pobreza em meio à riqueza excludente. Próxima a Nova Orleans e da devastação provocada pelo Katrina, Atlanta abriga alguns dos grupos pobres de lá expulsos pela indiferença dos governos diante de seus dramas. Claro, Atlanta também é o berço da Coca-Cola, o refrigerante símbolo de uma globalização e de um estilo de vida combatidos pelo FSM. Aliás, além da passeata de abertura no dia 27, sob forte sol, com uns 5 a 6 mil participantes, uma outra foi organizada, no dia 30 de junho, até o QG da Coca-Cola. Mesmo pequena, a forte vigilância policial revela o temor do establishment diante da ousadia dos militantes da Campanha dos Pobres por Direitos Humanos e Econômicos (PPEHRC).

O Fórum Social Mundial tinha que passar pelos EUA e foi um marco pela luta dos Direitos Humanos em todo mundo, apesar da pouca e distorcida cobertura da mídia de mercado, foi importante saber que existe vida inteligente e humana naquela nação que invade países a revelia e e se coloca como dona do mundo.

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